quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ÍCONE DA MODA

Muitas pessoas são consideradas ícones de moda no país, por sua classe, estilo e atitudes diante da moda, mas Costanza Pascolato, dona da tecelagem Santaconstancia e colunista da “Vogue” brasileira, agrada a todos e se tornou um dos maiores ícones da moda nacional e  respeitadíssima  internacionalmente, não só por suas atitudes e classe ao se vestir, mas sim por sua história de vida.

Ela chegou ao Brasil quando tinha apenas cinco anos ao lado dos pais, Michele e Gabriella Pascolato, e do irmão mais novo, Alessandro, escolheram São Paulo para se estabelecer e criar um grande império têxtil.


A história da empresária e consultora é fascinante, por isso mesmo segue alguns trechos da entrevista , que o portal FFW  fez com exclusividade a Costanza .




" Como foi crescer neste meio tão ligado à “moda”, mesmo que com um conceito de moda tão distinto do que temos hoje?

A mudança mais importante foi a questão de que quando minha mãe começou não existiam confecções, eram simplesmente costureiras e ateliês que atendiam. Então as pessoas costuravam em casa, a gente vendia à metro, quer dizer, vendia a lojas que vendiam à metro. A grande revolução foi no começo dos anos 1970, final dos 60. Quanto a mim… eu não sei, a moda foi um importante viés para entender o mundo. Eu vi a moda em mim quando tinha três, quatro anos, e comecei a reparar nas pessoas. Para mim é fácil enxergar a moda. E minha mãe sempre me falava sobre o que ela andava fazendo, sobre o que vinha acontecendo, já com 12 anos ela me levava para os escritórios todos para que eu visse as pessoas que atuavam na moda. Com 15 anos, em Paris – ela exportava seda para a França – eu vi de longe a [Coco] Chanel porque ela estava dentro do escritório de um fabricante francês, que importava coisas da gente… eu vi os primeiros desfiles de alta-costura nas maisons. Ela falava sobre roupas e se vestia lindamente, minha avó também… minha avó tinha roupa da Chanel de 1912, 1914… então é uma cultura familiar. Além de eu ter um olho, entende? Algumas pessoas da família não são assim, a Consuelo [Pascolato Blocker, filha de Costanza] é, por exemplo. Eu acho que a gente leva jeito e um olhar que a gente tem para isso e para mim a moda é uma das maneiras de enxergar o comportamento de uma época.


Quais foram – e continuam sendo – as referências da senhora?

Minha referência, na verdade hoje, é a internet, porque atualmente nós fazemos o nosso conteúdo. Eu gosto de livros, de fotografia e de arte contemporânea porque nesse período que eu te falei, a partir do século 20, já foi uma revolução, sobretudo em Paris, de movimentos artísticos que saiam do convencional e eu segui muito isso e continuo me informando sobre isso. Eu gosto de ir à Basil, Miami Basel, quando posso vou para Veneza, mas que é nesse período que a moda aqui está muito ativa e muitas vezes eu perco, mas o olhar do artista contemporâneo, não necessariamente de hoje, mas de ontem ou de anteontem, para mim ainda são aquelas “antenas” que você redescobre caminhos que eu não tinha entendido ainda. A cada dia e a cada mês e a cada ano da sua vida, você vive uma – se você não ficar parado, obviamente — mini evolução e você consegue ver as mesmas coisas de outro jeito.


O que a senhora acha de parte da cultura de moda atual e dessas referências, que por serem vinculadas à internet, algumas vezes são tão rasas?

Eu acho que é ruim, não para nós, que nos formamos de outra maneira. Eu fico preocupada é com a juventude que está muito mergulhada nisso, porque é ela que vai ser prejudicada e vai enxergar o mundo cada vez mais rasteiro, raso e superficial. O chato do novo, como diz o Gilles Lipovetsky, é que na hipermodernidade, você quer tudo já e de qualquer jeito. Isso tira a antecipação e a curtição da coisa. Eu vejo estas crianças fantasiadas de adultos, com 10, 12 anos, e fico pensando que elas vão perder uma parte da vivência delas e vai fazer falta no futuro. Não é que eu vá querer reformar o mundo, só acho uma pena, porque a vida é uma só, não é? Então, se você perde essas fases, momentos e oportunidades da vida e banaliza, você nunca vai sentir nada. Eu gosto de ver filme de época, acabei de ver um filme da Jane Campion."

Para conferir a entrevista completa com Costanza acesse o link.

http://ffw.com.br/noticias/gente/costanza-pascolato-fala-de-sua-historia-e-suas-percepcoes-da-moda-atual/

fonte: FFW





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